domingo, 30 de dezembro de 2012

até não sei
















foi assim que ela abraçou tanto abraço
era hora de partida, tempo sem freio
no olhar todo passado ali presente
coisas do vento, dos dias, das marés
e a hora se desmanchando em pó
foi o último instante do até não sei




tuluca

São Paulo, 29 de dezembro de 2012
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domingo, 4 de novembro de 2012

último momento













Já, já pensei cada momento
errei todas as proposições
e agora sem respostas
descubro naquele olhar
o último instante




tuluca

São Paulo, 3 de novembro de 2012
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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Momento futuro I


Sabe?
Tenho vontade de vê-la nua, sentada à cabeceira da cama. Os olhos a me olhar e neles um milhão de pensamentos desconexos, girando e iluminando o sorriso.




tuluca

São Paulo, 31 de outubro de 2012
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

É quase noite amor




















tuluca
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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

sugiro


de muito à fazer, emaranham-se os dias
caos no horizonte próximo e nebuloso
minhas unhas riscaram a pele cansada
queria saber um alento, ou despropósito




tuluca

São Paulo, 9 de setembro de 2012

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sábado, 8 de setembro de 2012

escadaria


Desatinado subia a escadaria
meus olhos febris buscando você
lá, seu corpo em preto e branco
como um tudo sonhado e desigual
um brilho, um sentimento bailarino
e o cheiro adorável das manhãs
uma falta de ar e o tempo parou
caí todos os degraus no vácuo
palavras esparramadas no chão
e a história espalhada perdida



tuluca

São Paulo, 8 de setembro de 2012
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[Há tempos que o tempo não esquece, bandoneon]


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sábado, 1 de setembro de 2012

Vila de São Miguel

Foi numa tarde fria de julho que achei a vila, sua gente escassa, seus barcos, aquele todo em movimento... , no rítmo do mar.


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sábado, 11 de agosto de 2012

O Zé que a Camila viu


O Zé não esteve
assim como a dor dos perdidos
o sorriso manco dos errados
indiferente ao burburinho
sumiu quem nunca apareceu
sobra a doce escrita
d'alguém inundada de vida
enamorada da existência



tuluca

São Paulo, 11 de agosto de 2012
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[Poema pra Camila Chiquetto, que tem essa coisa amorosa de gostar da existência]

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

foi ninguém


faz quarenta anos
foi um brilho e passou além
era a mão e a imensidão
tudo tão novo e urgente
nos olhos um vôo errante
muitas distâncias finitas
aquelas estradas todas
seu beijo, a poeira, o sol
faz quarenta anos
de tantas novas manhãs


tuluca

São Paulo, 2 de agosto de 2012
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[Escrevi enquanto ouvia Água e vinho do Egberto Gismonti, tão doce...]

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terça-feira, 3 de julho de 2012

O todo oposto


a lua ainda ilumina o céu
na rua o muito de tanto nada
com moedas, buzinas, brilhos
do áspero se agita o cotidiano
sonhos se esvanecem no vazio
e a hora tardia não nos basta
é este o momento, o oposto
o todo posto em movimento



tuluca

São Paulo, 30 de agosto de 2008
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domingo, 3 de junho de 2012

trama desbotada


eu era um e você o engano
ou nem foi engano, só ilusão
agora nem sei se sou algum
dessa trama, fios desbotados
pontos partidos, o nó desfeito

o que fui, o que sou e serei?
nas perguntas desconsolo
nestes enigmas seu nome
à perturbar minha noite fria
meu emaranhado de sonhos
minha vontade de mulher




tuluca

São Paulo, 2 de junho de 2012
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

a distância


vi mais alguém partindo
como outros já partiram
em outras não despedidas
apenas partidas, vazios
sem palavras inúteis
só olhos atônitos, marejados
com seu silêncio gago
cabeça baixa pela calçada
o infinito e a distância



tuluca

São Paulo, 23 de maio de 2012
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sábado, 28 de abril de 2012

Marianne Folly



Minha amada amiga Marianne Folly, de andanças, muitas conversas e cantorias.

Agora é uma estrela.
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quarta-feira, 18 de abril de 2012

caminhando

Penso, que alguns morrem logo pelos trinta anos, estes sabem bem o que é certo e o que é errado. Outros tantos pensam em começar daí, dos trinta anos. Alguns esperam mais e inconformados com a morte em vida, acabam explodindo lá pelos quarenta e poucos buscando repor os dias perdidos em espera. Sei que há tempo, sempre há tempo de existir. Acredito também, que não haja onde chegar, que só exista mesmo o caminhar.



tuluca


São Paulo 21 de março de 2011
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segunda-feira, 2 de abril de 2012

sonho caído

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e viver é buscar sonhos caídos
firma-los, com coragem alucinar
prosseguir de olhos abertos
e sobre tudo, sempre amando.




tuluca

São Paulo, 2 de abril de 2012
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sábado, 31 de março de 2012

o texto

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todo texto é um momento que delira.




tuluca

Nova Friburgo, 1 de novembro de 2006
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quarta-feira, 28 de março de 2012

se você existisse


ah se eu fosse um
se eu tivesse a mim
e ainda fosse tempo
eu teria um sonho
mesmo acordado
e se você aceitasse
eu cantaria um verso
e se me abraçasse
eu não seria um tolo
trocaria a lâmpada
comprava um tapete
e apagava a luz

ah se você existisse
eu lhe daria um beijo




tuluca

São Paulo, 27 de março de 2012
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segunda-feira, 26 de março de 2012

coração insano


tenho no meu coração
encharcado do seu amor
o singular do querer bem
atemporal, tão insano
pronto para mais um dia




tuluca

São Paulo, 25 de março de 2012
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quinta-feira, 22 de março de 2012

boca

olhando pra sua boca
espero as palavras

alguma palavra




tuluca
São Paulo, 21 de março de 2012
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sábado, 17 de março de 2012

impune assombro


veio de ti este meu assombro
despido da sua pele morna
agora sabia mais de mim
dos arrepios frios que sentia

branda memória desarrumada
foi engano, só o tédio silente

hoje, etéreo, sobra seu amor
iluminando as tardes roucas
brotando nos vasos ressequidos
impune como seu corpo esguio
à se desfazer do meu





tuluca

São Paulo, 15 de março de 2012
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[A música me atravessa em meio desta noite lenta. Mais uma vez brinquei com o tempo (verbal), com o passado que ainda pode ser hoje.]
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sexta-feira, 16 de março de 2012

anúncio

faz quem sabe fazer
acordou célere e fez
foi naquela manhã
num sol minguado
tudo acontecendo
revezes de todo tipo
e lá pelo meio do dia
o delicioso anúncio
havemos pudim de pão!





tuluca

São Paulo, 16 de março de 2012
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quinta-feira, 15 de março de 2012

fruto maduro


disse o avesso do que pensei
não era pra ter sido assim...
mas foi verdadeiro e breve
sem lástima ou desatino
como fruta madura caindo
deixando aroma e sabor
pr’as futuras saudades




tuluca

São Paulo, 15 de março de 2012
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domingo, 11 de março de 2012

beijo na testa


A vida passa distraída até que achamos um alguém maravilhoso, ao menos para nossos olhos. Nesse instante os coloridos mudam e as importâncias também. Nasce um sorriso bobo para tantas coisas à-toa e toda obra da Criação, que fica mais esplendida ainda.

Agora, se num acaso do destino, esse alguém lhe chama de amigo e beija a testa. Um hiato estranho preenche o peito, começa um esvaziamento das coisas bonitas e ficam as portas do gostar trancadas sem a chave redentora.



tuluca

São Paulo, 11 de março de 2012
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sábado, 25 de fevereiro de 2012

encanto mágico


queria saber palavra
que lhe desse a mão
algo que nesse oco
desanuviasse seu dia
e abrandando o medo
acendesse um sorriso
neste encanto mágico
não haveria o tempo
só haveriam encontros
e nenhum adeus





tuluca

São Paulo, 24 de fevereiro de 2012
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

No bar à tarde


No bar à tarde chegam quatro
No bar à tarde chegam mais quatro
Eram quatro operários, eram quatro boys
numa mesa sentados em prosa de anzóis

O rádio grita gol,
e mais uma cerveja
os boys falam em show
e solta uma calabreza

o dia vai passando
a tarde já é finada
os boys vão andando
a mesa é abandonada




tuluca

São Paulo, 1968
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[Estive saudoso no início desta noite, lembrei-me deste poema e da crítica favoravel feita por meu pai, que sorriu orgulhoso]
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

algém difuso


persigo o que faço na busca de mim
vejo-me logo adiante à me dissolver
a cada contato do olhar modificado
um pouco está difuso nessa neblina
quase perdido e um tanto indefinido
os pés nunca estão sólidos e firmes
sempre ligeiros, caminham errantes
agora passo rápido por onde passei
e se num acaso uma voz me chama
enxergo-me ainda vindo d’algum lugar
que já não lembro e nem sei quem é
por muitas vezes acredito me alcançar
onde claramente me vi, mas não estou
assim sempre distante do que faço
tento entender as tantas distrações
esse descolorir que o tempo me faz
este eterno caminhar atrás d’alguém





tuluca

São Paulo, alvorada de 21 de fevereiro de 2012
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

sonhos com você


sonhei com você
éramos casados

nesse sonho tudo fazia sentido
girávamos alegres pelo negrume
mãos dadas e um sorriso sereno
foi assim... havia encontrado a mim





tuluca

São Paulo, 20 de fevereiro de 2012
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

brilhos


estou tenso
melhor não pensar nada
não há caminho

daqui para além do que existe
só pensamento escuro
impressões mal vistas
dum tempo sem remédio
pontos cintilantes neste negrume
vagalumes, pensamentos?
brilhos duma existência.
pontos de partida, apenas partidas
não há chegadas, só as perguntas
só importam as questões, muitas
e os brilhos, sempre há um brilho




tuluca

São Paulo, 12 de fevereiro de 2012
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domingo, 12 de fevereiro de 2012

pra sempre

Eram muitas as palavras e os sorrisos. Aqui comigo ficaram somente as imagens, as palavras perdi-as no caminhar do tempo.
Uma pele alva, os olhos muito azuis, o cabelo anelado e curto, sorriam felizes também. Foi num súbito instante que o sorriso sumiu, a mão gira a torneira, enquanto aqueles olhos esperam a água sair pelo chuveiro. Olho-a atenta com as mãos espalmadas à espera do jato d’água, ele chega frio e faz graça aos olhos azuis, tão azuis... Foi nesse espaço da água se despencar que o tempo se eternizou e virou meu prisioneiro.
Esse átimo de viver ficou pregado nas paredes da minha memória, como fosse um só retrato, ou poema de um tempo infinito, sem principio e sem fim.





tuluca

São Paulo, 11 de fevereiro de 2012

(reescrito dum post do velho Extra Tempo - Segunda-feira, 15 Fevereiro de 2010)
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[só por saudade de um caminhar em ruas vazias num dia de muita luz]
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

gárima


muro
espelho
a tensão de ruptura
Até onde vai o pensamento?
aqui assim em pé, eu
como se tudo me sobrevoasse
e só agora fosse eu o centro
como o todo propósito de tudo
junto ao marco da alvorada
pleno, desfazendo-me
pois só agora sei de mim
agora, posso levitar





tuluca

São Paulo, 27 de fevereiro de 2011
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[Entendo que escrever do que é dos sentimentos e do onírico, seja apenas por embelezar a humanidade e não provoca a vontade de comentar... o que entristeceu a querida Susana e talvez lhe tenham cobrado mais belezuras, talvez...]
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

abandonado


fui pelo amor abandonado
vi-o entre casais contentes
com crianças em folguedo
nalguns desvelos maternos
mas comigo não está mais
tenho um filme pra assistir
o noticiário pra me informar
e ainda muitos dias por viver




tuluca

São Paulo 7 de fevereiro de 2012
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[Como o mundo é vasto na beira do mar]
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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ovo sobre a mesa


branco
sobre a alva farinha
flutua o ovo branco
sombras plúmbeas,
montanhas e vales
desordens e o ovo




tuluca

São Paulo, 2 de fevereiro de 2012
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ao fogo meu sonhar


Certamente neste esquecer de você, tem um pouco da “Raposa e as Uvas”. Temo que... eu não a esqueça, que isto vire um ranço, que nada acabe e ainda por cima vire mania, alguma coisa mórbida, sei lá, mania de você. Pronto, é isso, síndrome de você. Sei que não é possível se gostar tanto de alguém, nem que o tudo feito seja tão inútil. Claro você percebeu minha extremada atenção, o muito carinho... o Wisnik escreveu e fez cd, “Pérolas aos Poucos”... Acho que é como ele escreveu, penso que deve ser, acho.




tuluca

São Paulo, primeiro de fevereiro de 2012
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sábado, 21 de janeiro de 2012

aguinha do agrião


Pela tarde surda e morna, eu menino com chapéu de palha, camisa xadrez, short amarelo e o sujo borzeguim, seguia à-toa por entre as alamedas de café. Eu tinha o mundo todo e caminhava supondo histórias de outros tempos por aqueles chãos de macio pisar. Lembro que logo depois das goiabeiras vinha o flamboyant vermelho e a cerca da horta solitária, verdade é que não se via gente em canto algum, só mesmo os silêncios. Depois de passar o pequeno portão de taboas, o cheiro de terra úmida e planta perfumada enchia as narinas. Ah, como ali era bom!
Lá, bem no meio, num chão mais duro, havia uma aguinha fininha bem transparente que se podia beber, ela tinha um espraiado cercado de agrião verdinho, com suas florinhas e raízes brancas. Ali eu gostava de demorar... Com a ponta do dedo acariciava as folhas pequenas e arredondas, admirava os pequenos insetos voadores por um tempão. Bebia muita água e deitava com a barriga virada pro céu, braços abertos e sorrindo sem porque nenhum.
Naquela tarde eu existi pra sempre.
Hoje, se me deito olhando pro céu, ele ainda está tão distante e azul como naquele dia pleno, mas já não há mais silêncios a me rodear, ouço muitos ruídos do meu passado e a aguinha do agrião corre quieta pelo canto dos meus olhos.




tuluca

São Paulo, 21 de janeiro de 2012
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[Brinquei com o pretérito dos verbos, pois que esse dia foram muitos e boiam na memória]
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

disseste palavras


que disseste tu de mim
tantas palavras
nada perfeito, ou feito
só palavras ásperas imperfeitas
que modo trágico de caíres
amanhã um nada, o vazio
ontem, tudo para sempre
o que queres agora, hoje?
eu... já não sou, nem sei.




tuluca

São Paulo, 20 de junho de 2008
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[A segunda pessoa quão precisa é. Sei do eles, dos muitos, dos imprevistos, do nada visto e daqueles vinte minutos nada soube. Sei que não sei e visito meu passado, relendo cartas, poemas, declarações, borrões e algumas doses de lirismo.]
Hoje, inauguro o entre-colchetes (alusivo a velhas conversas), pretende ser um espaço do alumbramento vigente no momento da postagem. Elpidio
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

delírio da hora


No delírio desta hora
conto dos sonhos,
beijo os seios, deito no colo
enfeito-me de olhos
Desafino
rio do umbigo
suor escorre do sorriso
Sei as formas
Já é amanhã




tuluca

São Paulo, abril de 1998
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

quente do sol


o úmido dos meus sonhos
vai-se com o quente do sol
agora, no fresco da grama
um cheiro doce de manhã





tuluca

São Paulo, 26 de fevereiro de 1998
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domingo, 15 de janeiro de 2012

anjo da solidão


sou o anjo guardião da solidão
vigio seu coração vagabundo
nestes tantos papeis espalhados
pelos muitos objetos largados
na música melancólica destes dias
nesses atos absurdos e patéticos
cuido desse seu tom amargurado
dessa insanidade que te acomete
olhe o dia! veja além muitos sois
lá, bem depois do fim do mundo
há um sonho com outras roupas
daí, eu anjo, poderei lhe dar paz




tuluca

São Paulo, 14 de janeiro de 2012
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sábado, 14 de janeiro de 2012

Não te tenho

estou me sentindo como se tivesse ter perdendo , tenho vc mas ao mesmo tempo ñ te tenho .... e isso esta me deixando muito triste...
Hoje foi o dia de recorda velho sentimentos...

(do facebook, Cíntia)


tenho este desejo vesgo de quere-lo só pra mim
aqui na solidão destas horas recordo de um nós
perco-o para outros pensamentos distantes daqui
porque nunca o tive, porque nunca se possui ninguém
seu corpo está aqui, seus sonhos pra lá, incognitos

tristonha espero seu olhar
perco você que tanto quero
nem sei qual colo te aquece
se só meus braços te abraçam
sei que estou muito, muito triste
você distante, permanece aqui




tuluca

São Paulo, 14 de janeiro de 2012
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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

hoje não quero dizer nada


Agora estou com medo, sinto frio... muito frio.
Hoje preparei uma comida gostosa, até tirei uma foto do prato pronto, está bonita. Depois lavei e sequei a pia, coloquei pano de prato limpo no fogão.
Daí, não sabendo mais o que fazer fiquei olhando pros quadros na parede. Me perdi sonhando uma nova arrumação pra mobília, talvez outro tipo de cortina...
Bebi todo o café, fiz um chá, a sala foi ficando maior e mais vazia. Senti mais frio, um gelo mesmo dentro de mim; acho que não conseguirei sorrir nunca mais, um vácuo enorme tomou conta de mim.
Sua comida está fria, meus pés também.
Você... acho, acho que você não vem mais.

sua





tuluca

São Paulo, 19 de janeiro de 2012
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[perdoem esta aventura pretenciosa ao feminino]

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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

inútil manhã


era manhã do novo dia
novo? era o mesmo
um ontem renovado
este desmedido vazio
e os planos de espera
este pó de esperança
a mesma brisa suave
este inútil querer-te




tuluca

São Paulo, 9 de janeiro de 2012
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

a palavra


a angustia que sinto, é de não saber palavras
não uma palavra qualquer que me explicasse
esta angustia, é da palavra que não sei dizer
é pela palavra que tantas vezes escrevi
e depois estupidamente, tantas vezes apaguei
então... não sei mesmo a palavra redentora
eu, impunemente as apaguei
apaguei




tuluca

São Paulo, 8 de janeiro de 2012
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domingo, 8 de janeiro de 2012

aconteci


pela manhã despertei de mim
segui pela rua turva e aconteci
fui-me nova, sobre o alvoroço




tuluca

São Paulo, 6 de janeiro de 2012
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sábado, 7 de janeiro de 2012

Miss you


Saudade de você eu sinto o tempo todo, até mesmo quando estavamos assim juntos de mãos dadas. Mas a falta de você, começa quando não leio mais seus escritos com meu nome em cima. É tão danada essa ausência, nem dói, mas é exasperante, tira-me o ar, faz o dia triste e os pensamentos vagos e dispersos.
Hoje queria te ver, olhar como estão os botões da sua blusa, saber se você pintou os cabelos, sentir novamente seu cheiro bom, escorregar meus olhos em sua silhueta, coisas assim...
ái... Aqui faz tanto calor, está tão úmido, parece que até eu estou criando mofo, esverdeando. Olho quem chega na estação, depois sigo até nosso café e lá fico imaginando seu olhar alegre olhando pro meu.
A caixa de correio ainda continua vazia, preciso de afago. Vejo seu caminhar, daqui de longe e descubro que ele não encontra o meu.
Quero novamente escutar seu riso, preciso. Volte.

beijo

...



tuluca

São Paulo, 6 de janeiro de 2012
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

uma tal voz


uma voz sorriu ternura
mudou as imagens do dia
inverteu sentidos e setas
deixou um som sereno
nos ruídos desta cidade
tão imersa em sonhos
a se espichar pro futuro
sempre tão velho e manco




tuluca

São Paulo, dia de Reis 2012
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