quinta-feira, 30 de junho de 2016

nova manhã












veio o sol esquentando a pele
chegou suave como as boas coisas vêm
foi de sorriso esta aurora de ninguém
amanheci como bem corre o riacho
vindo do frio desta noite espessa
alheado das estrelas do meu céu
cansado de a mim mesmo procurar
nestes labirintos da noite escura
adiante avisto o sol ardente e bruto
queimando tudo que mais quis
todos os sonhos nesta realidade




tuluca

São Paulo, 30 de junho de 2016
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[Como quem faz xixi diz a Marta.  Pra Sheila entender.]
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segunda-feira, 27 de junho de 2016

semente de viver












bem pra cá do fim do mundo
desfiando, estava ela mais eu
co’a poeirinha no sobrolho
era dia igual, bonito de ver
alucinação duma semente
se fazendo flor na estrada
era um pouco sorriso sério
um tanto de olhar distante
grão e água fria na moringa
muita tarde surda pra viver
nas mãos milho, ou manioca
cheiro de pasto, pé no chão
dela mais eu, sendo a sonhar




tuluca

São Paulo, 21 de maio de 2016
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domingo, 26 de junho de 2016

Não morri novamente




















hoje?
bem, hoje ainda não morri
como morro todos os dias
não dormi, nem cantei
apenas estive eu e vivo
olhando tudo que brilha
enfrentando o tempo
querendo-me liberto



tuluca

São Paulo, 25 de junho de 2016


[da canastra em 15-5-2002 (vivi este dia na viva luz)]
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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Coração fora da boca












Tenho o coração fora da boca
e é bom ter dentes para mastigá-lo
Sou o gato que não ri.
Tenho fome de amor. Uma febre
Alimento-me do que é, ou foi
depois palito os dentes.
A fome é dos olhos, e amar é bom
Bom assim ...
a fome é que mata,
ou cega.



tuluca

São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
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domingo, 19 de junho de 2016

espúrio












muitas rosas do seu jardim
no ontem brando perdidas
hoje não tem mais palhaço
nem brinquedo de felicidade
é muito vermelho neste breu
muito abacate caído nas ruas
um estúpido vazio tristonho
e o mundo todo tão doente



tuluca

São Paulo, 18 de junho de 2016
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sexta-feira, 17 de junho de 2016

o que você me deu












foi assim num repente que vi
sua figura presa a um poema
d’um sol se fundindo ao mar
chama que arde sem vento
esguio o momento esticou-se
pra muito além do que fomos
ao princípio destas manhãs
sonhando a alegria de viver
salvei essa você em word
pra sempre voltar o tempo
e aos vôos da mente liberta



tuluca

São Paulo, 15 de junho de 2016
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