segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Fim dos tempos VI













foi perto do final dos tempos
mais um Natal e lojas cheias
eu olhava tudo sem entender
tanta novidade e nada faltava
assim mesmo crianças pediam
e os cães eram bem cuidados
já quase não havia trabalho
nada mais havia por ser feito
era fim de ano, num dia feliz



tuluca

Nova Friburgo, 6 de julho de 2017
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sábado, 9 de setembro de 2017

porta do existir
















olho sua imagem enevoada
e sonho sua presença macia
escondida nesta lembrança
queria sua presença agora
reavendo o tempo perdido
desmanchando promessas
abrindo a porta do existir




tuluca

São Paulo, 6 de setembro de 2017
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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Filha












há momentos esguios
onde sua falta se faz viva
queria o tempo fosse outro
onde olhares se tocassem
e sorrisos flutuassem no ar
queria um sono de sonhar
onde você permanecesse
e as horas fossem mornas
nestes tempos de não sei
distante de mim mesmo
onde só viceja seu amor
aqui onde o tempo foge
e o todo é quase quando
você entrando pela porta




tuluca

São Paulo, 16 de agosto de 2017
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quinta-feira, 25 de maio de 2017

esquecendo as lembranças












pela janela vi você partir
desejei que olhasse atrás
mais uma vez que fosse
que um passado existisse
mas qual, seu vulto sumiu
pelo calçamento molhado
passo firme, mala na mão

naquela vidraça embaçada
fiquei eu num quase adeus
numa manhã tão tristonha
olhando o final da história
esquecendo as lembranças
nas muitas gotículas d’água
do cinzento vazio em mim




tuluca

São Paulo, 4 de maio de 2017
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sexta-feira, 24 de março de 2017

qual porque?












mais um tempo escorreu pela parede
veio dissolvendo as lembranças frágeis
enquanto o céu foi escondendo o sol
por quais travesseiros e lábios úmidos
você segue se esquecendo de mim?

sua ultima frase ainda flutua insone
pelo quarto escuro ressoando ontem
amo deste amor que só pode querer
e já nada sei desta imensa saudade
deste inútil querer saber o porque




tuluca

São Paulo, 24 de março de 2017
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sábado, 4 de março de 2017

avião de papel












dobrado o papel, um avião
tão leve, tão livre voou
foi da mão aos espaços
sem nada querer, ou pensar
como fosse sem passado
foi-se como quem só vai
pra além, sem mistério
apenas se vai mais adiante





tuluca

São Paulo, 3 de março de 2017
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

oposto












oposto, oposto, oposto, oposto
oposto, oposto, oposto, oposto
oposto, oposto, oposto, oposto
oposto
Eu devo prestar atenção à aula
Eu devo prestar atenção à aula
Eu devo pretar atenção à aula
Eu devo prestar anteção à aula
Eu devo pestar atenção à aula
Eu devo prestar atenção à aula
Eu devo prestar ateção na aula
Eu devo pretar atenção à aula
recordações da primeira escola
foi lá que aprendi a escrever
e foi lá que aprendi a obedecer




tuluca

São Paulo, 23 de fevereiro de 2017
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

morri amanhã













morri amanhã pra este mundo
assim, num átimo tudo termina
como se a vida fosse de sal
como se esta luz fosse irreal
depois morri, retorno ao todo
abandono este engano, esvaeço
sobram os pensamentos fluidos
encontrando outras existências
agora, meus fogos vão ao infinito




tuluca

São Paulo, 15 de fevereiro de 2017
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

desvão
















cai bem no meio d’um desvão
e antes que soubesse de mim
os olhos nublaram sem brilho
um suor aflito molhou o corpo
neste novo momento iniciado




tuluca

São Paulo, 17 de dezembro de 2016
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

re-existir












alegrias e tristezas
não há o que comentar
vida sempre vem e vai
passam-se as esquinas
vira e voltam um pouco
sementes do imaginário
concreto que não se vê
neste desperto re-existir





tuluca

São Paulo, 3 de fevereiro de 2017
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

morri pra mim












morri para os sonhos que tive
foi assim lento, sem perceber
num instante não era mais eu
agora paira o social pelos dias
esse vazio disposto em fotos
neste jeito comum caminhar
nada mais é sorriso confiante
ando sem nada procurar além
deixei o que era quente e luz
hoje, nada quero, não penso




tuluca

São Paulo, 30 de janeiro de 2017
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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

embargada















vi aquele sorriso desolado
que só existe no abandono
o olhar murcho e tristonho
atraiçoando a falsa alegria
que o sorriso não esconde
depois, os olhos nublaram
modificando sentimentos
desmaiando o já passado




tuluca

São Paulo, 14 de janeiro de 2017
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sábado, 14 de janeiro de 2017

purpúrea












preciso beber mais vinho...
é lá que o seu olhar se esconde
entre gotas do existir e sombras
uma mancha púrpura espalhada
no todo que existe em branco
acima do que é dor e espanto
principiando sempre no depois
oculto como quem ainda não é



tuluca

São Paulo, 14 de janeiro de 2017
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

deslembrando












queria ter algo pra dizer
talvez falar de um beijo
ou do dia em que partiu
com as flâmulas coloridas
tremulando ao vento frio

queria esquecer esse dia
que esse adeus acabasse
deslembrando dos beijos
daquela tarde azulíssima
e do seu até nunca mais



tuluca

Nova Friburgo, 7 de janeiro de 2017
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domingo, 8 de janeiro de 2017

água

água que lava a alma...
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sábado, 7 de janeiro de 2017

calma verde


verde que dilui sentimentos
espalha-se pelas montanhas
inunda o delírio desta tarde
escorre pelos pastos secos
vem gentil aos meus olhos
diluindo emoções descalças
libertando o que já não sei



tuluca

Nova Friburgo, 5 de janeiro de 2017
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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

quadris












delirantes a sonhar
os cansados quadris
meneiam sonolentos
já exaustos de amar
nos muitos recomeços
desta insana paixão



tuluca

Nova Friburgo, 5 de janeiro de 2017
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Sempre uma margarida.

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