quarta-feira, 27 de abril de 2011

e-meios

Você já reparou que aqui na internet, nestes muitos escritos que trocamos, a condição de período de tempo, fica sem nexo? Percebo em muitas pessoas, inclusive eu, a tentativa de orientar o leitor sobre o horário em que escrevemos cada uma destas cartas, mas tudo por aqui é atemporal. Neste instante, abro uma de suas cartas e é o exato momento que lhe encontro, como se não houvesse existido o lapso temporal entre o momento de você me escrever, ao de eu ler. Assim, vejo que nossos esforços em ajustar este etéreo ao nosso viver são inúteis, uma simples tentativa de transferir nossa efêmera humanidade mortal e temporal a estes escritos.

beijo

PAZ


Elpidio

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

esvanecido

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morre-se assim como vão as nuvens
serena e vagarosamente se diluindo
esvanecendo ao encontro do horizonte

pra lá caminha meu bem querer
gasto, dissolvido em tanto amar



tuluca

São Paulo, 15 de abril de 2011
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terça-feira, 12 de abril de 2011

esfogueado

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morria o sol exausto de luz
terminava o dia no lombo da serra
vermelho espalhando o pensamento
esfogueado que nem corte no peito
nas idéias morenas suadas de sonho
estavam os olhos castanhos risonhos
no surdo passado deste capinzal




tuluca

São Paulo, 7 de abril de 2011
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segunda-feira, 11 de abril de 2011

mande notícias


A poesia contida nas músicas que ouço, ainda me inflam de gostar destes dias, mesmo tão estranhos que são e tão repletos de desditas.

Gostaria, agora, de te acarinhar e ver novamente um sorriso brotado em seus olhos.

Estes dias estão céleres, pareço cair do que penso, eu não estou ornando com o que está em moda. Ainda me presto a pensar em você e nas agônias das muitas solidões que você já conheceu. Porém, ainda sou por ver o sorriso róseo no canto mais fininho dos seus lábios. Sabia disso?

mande notícias!


Elpidio
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domingo, 10 de abril de 2011

de novo a batatinha


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como a batatinha quando nasce
e se esparrama inteira pelo chão
vi seu corpo esguio num enlace
desperdiçado em outra mão



tuluca

São Paulo, 9 de abril de 2011
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sábado, 9 de abril de 2011

pensando nas pestanas

A memória é toda engraçada...
Ficam os lábios carnudos, róseos, ditando muitas palavras já esquecidas, mergulhadas num sorriso infindo. Esse sorrir hoje é estático, o que se movimenta nestas lembranças são as longas pestanas, elas sorriem e piscam, não sei bem o porque desse piscar, à mim parece um aceno. É risonho e travesso esse acenar dos olhos. Acho mesmo que são levados, muito traquinas. São olhos de quem brinca com meus pensamentos, olhos que vêem o futuro e muito além do que já se foi.

rs*

ai, as lembranças...
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sexta-feira, 8 de abril de 2011

despedida



até, até um dia
um qualquer dia
numa hora à-toa
despidos desta espera
serenamente brandos
apenas nos querendo
e foi assim, você partiu




tuluca

São Paulo, 7 de abril de 2011
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