sábado, 25 de fevereiro de 2012
encanto mágico
queria saber palavra
que lhe desse a mão
algo que nesse oco
desanuviasse seu dia
e abrandando o medo
acendesse um sorriso
neste encanto mágico
não haveria o tempo
só haveriam encontros
e nenhum adeus
tuluca
São Paulo, 24 de fevereiro de 2012
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
No bar à tarde
No bar à tarde chegam quatro
No bar à tarde chegam mais quatro
Eram quatro operários, eram quatro boys
numa mesa sentados em prosa de anzóis
O rádio grita gol,
e mais uma cerveja
os boys falam em show
e solta uma calabreza
o dia vai passando
a tarde já é finada
os boys vão andando
a mesa é abandonada
tuluca
São Paulo, 1968
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[Estive saudoso no início desta noite, lembrei-me deste poema e da crítica favoravel feita por meu pai, que sorriu orgulhoso]
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
algém difuso
persigo o que faço na busca de mim
vejo-me logo adiante à me dissolver
a cada contato do olhar modificado
um pouco está difuso nessa neblina
quase perdido e um tanto indefinido
os pés nunca estão sólidos e firmes
sempre ligeiros, caminham errantes
agora passo rápido por onde passei
e se num acaso uma voz me chama
enxergo-me ainda vindo d’algum lugar
que já não lembro e nem sei quem é
por muitas vezes acredito me alcançar
onde claramente me vi, mas não estou
assim sempre distante do que faço
tento entender as tantas distrações
esse descolorir que o tempo me faz
este eterno caminhar atrás d’alguém
tuluca
São Paulo, alvorada de 21 de fevereiro de 2012
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
sonhos com você
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
brilhos
estou tenso
melhor não pensar nada
não há caminho
daqui para além do que existe
só pensamento escuro
impressões mal vistas
dum tempo sem remédio
pontos cintilantes neste negrume
vagalumes, pensamentos?
brilhos duma existência.
pontos de partida, apenas partidas
não há chegadas, só as perguntas
só importam as questões, muitas
e os brilhos, sempre há um brilho
tuluca
São Paulo, 12 de fevereiro de 2012
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domingo, 12 de fevereiro de 2012
pra sempre
Eram muitas as palavras e os sorrisos. Aqui comigo ficaram somente as imagens, as palavras perdi-as no caminhar do tempo.
Uma pele alva, os olhos muito azuis, o cabelo anelado e curto, sorriam felizes também. Foi num súbito instante que o sorriso sumiu, a mão gira a torneira, enquanto aqueles olhos esperam a água sair pelo chuveiro. Olho-a atenta com as mãos espalmadas à espera do jato d’água, ele chega frio e faz graça aos olhos azuis, tão azuis... Foi nesse espaço da água se despencar que o tempo se eternizou e virou meu prisioneiro.
Esse átimo de viver ficou pregado nas paredes da minha memória, como fosse um só retrato, ou poema de um tempo infinito, sem principio e sem fim.
tuluca
São Paulo, 11 de fevereiro de 2012
(reescrito dum post do velho Extra Tempo - Segunda-feira, 15 Fevereiro de 2010)
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[só por saudade de um caminhar em ruas vazias num dia de muita luz]
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Uma pele alva, os olhos muito azuis, o cabelo anelado e curto, sorriam felizes também. Foi num súbito instante que o sorriso sumiu, a mão gira a torneira, enquanto aqueles olhos esperam a água sair pelo chuveiro. Olho-a atenta com as mãos espalmadas à espera do jato d’água, ele chega frio e faz graça aos olhos azuis, tão azuis... Foi nesse espaço da água se despencar que o tempo se eternizou e virou meu prisioneiro.
Esse átimo de viver ficou pregado nas paredes da minha memória, como fosse um só retrato, ou poema de um tempo infinito, sem principio e sem fim.
tuluca
São Paulo, 11 de fevereiro de 2012
(reescrito dum post do velho Extra Tempo - Segunda-feira, 15 Fevereiro de 2010)
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[só por saudade de um caminhar em ruas vazias num dia de muita luz]
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
gárima
muro
espelho
a tensão de ruptura
Até onde vai o pensamento?
aqui assim em pé, eu
como se tudo me sobrevoasse
e só agora fosse eu o centro
como o todo propósito de tudo
junto ao marco da alvorada
pleno, desfazendo-me
pois só agora sei de mim
agora, posso levitar
tuluca
São Paulo, 27 de fevereiro de 2011
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[Entendo que escrever do que é dos sentimentos e do onírico, seja apenas por embelezar a humanidade e não provoca a vontade de comentar... o que entristeceu a querida Susana e talvez lhe tenham cobrado mais belezuras, talvez...]
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
abandonado
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
ovo sobre a mesa
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Ao fogo meu sonhar
Certamente neste esquecer de você, tem um pouco da “Raposa e as Uvas”. Temo que... eu não a esqueça, que isto vire um ranço, que nada acabe e ainda por cima vire mania, alguma coisa mórbida, sei lá, mania de você. Pronto, é isso, síndrome de você. Sei que não é possível se gostar tanto de alguém, nem que o tudo feito seja tão inútil. Claro você percebeu minha extremada atenção, o muito carinho... o Wisnik escreveu e fez cd, “Pérolas aos Poucos”... Acho que é como ele escreveu, penso que deve ser, acho.
tuluca
São Paulo, primeiro de fevereiro de 2012
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