quinta-feira, 22 de setembro de 2011
ao dia incrível
Era uma sala muito clara iluminada pelas lâmpadas néon, os azulejos de um verde claro cobriam as paredes até o teto. Lá a enfermeira chefe me levou até um nicho na parede e começou a desatar a bandagem que embrulhava o menino. Eu não sabia o que esperar, então ela começou dizendo: –Veja, ele é perfeito! E enquanto falava mostrava-me as partes do corpo. – Ele é bem formado! dizia ela enquanto me mostrava os dedos das mãos e dos pés. Mostrou-me as orelhas, articulações e com a ponta dos dedos tocou o pênis dizendo: –É homem. Depois dum silêncio disse vagamente: –Bom, ele é perfeito e bonito. A isso eu retruquei: –Só o que falta à ele é vida... E por não saber o que fazer naquele momento, deitei minha testa no ombro daquela mulher tão técnica e capaz.
Depois, nos jardins daquele hospital, quedei-me pensativo. Porque ele não vive se é perfeito? Porque a vida não grudou nele? Porque?
Ainda trago comigo essas indagações, já tanto tempo passado. Do que descobri desde esse dia incrível, é que a vida é mais que perfeição mecânica. Que Vida depende d’uma energia vivificante que una todos os átomos e traga junto consigo o espírito, para habitar o corpo até a exaustão do corpo mecânico.
Este é um sopro de amor, ao pedaço de mim que não esqueço. beijo
tuluca
São Paulo, 22 de setembro de 2011
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sábado, 10 de setembro de 2011
pérfido
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
entre o espanto e a ternura
Entre el espanto y la ternura; escreveu o poeta.
Assim segue a vida tão cheia de saudades e amores; polvilhada de pequenas loucuras, todas tão plenas de vida e morte.
Nos olhos tão abertos e brilhantes, insones e perscrutadores, o mundo tão grande e o pouco tempo de todo tempo.
Na mente o novo, na memória os muitos sorrisos e nas mãos a Vontade.
Assim segue os dias: entre o espanto e a ternura.
beijo
PAZ
tuluca
São Paulo, 7 de setembro de 2011
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011
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